Mesmo convivendo com a Covid-19 há dois anos, muitas são as dúvidas sobre os impactos da doença na saúde do ser humano como um todo. Com relação à saúde reprodutiva não é diferente. Os estudos sobre o tema ainda estão em andamento e pouco se pode afirmar sobre a relação entre o coronavírus e a fertilidade.
Sabendo que muitas pessoas que pensam em ter filhos, de forma natural ou por meio de tratamentos, têm dúvidas e medos sobre esses impactos, o ginecologista e especialista em reprodução assistida da Huntington Pró-Criar, Dr. João Pedro Junqueira Caetano, separou algumas informações que já foram esclarecidas em estudos científicos realizados sobre o tema até o momento.
- Casos graves da covid-19 podem afetar a qualidade dos gametas masculinos
Um estudo recentemente publicado na revista científica Reproduction sugere que a Covid-19 pode afetar a qualidade dos gametas masculinos, reduzindo a fertilidade entre os homens. O relato foi a primeira evidência direta até o momento envolvendo a doença e a qualidade dos gametas.
Segundo especialistas, a infecção pelo Novo Coronavírus pode afetar o sêmen, prejudicando a fertilidade pela morte dos espermatozoides e também pela inflamação que causa estresse oxidativo nas células.
Ainda que os efeitos possam melhorar com o tempo, observou-se a permanência significativa e anormal em pessoas infectadas com a Covid-19 que ficaram em estado grave, relacionando as mudanças na qualidade dos gametas com a severidade da doença.
Outro artigo, dessa vez publicado na revista médica The Lancet, sugeriu que o vírus pode afetar o processo de fabricação dos gametas ao identificar o menor número de espermatozoides e aumento de células que indicam processos infecciosos no sêmen de homens infectados pela Covid-19.
- O vírus não afeta a qualidade dos gametas de mulheres grávidas e infectadas por Covid-19
Uma pesquisa realizada por cientistas das clínicas Eugin, em Barcelona, concluiu que os óvulos de mulheres gestantes com Covid-19 não podem ser infectados pelo Novo Coronavírus. A descoberta revelou que a infecção vertical mãe-feto não ocorria por meio dos óvulos.
Com essa informação, os pesquisadores espanhóis trouxeram uma nova perspectiva para a retomada de tratamentos de fertilidade in vitro (FIV), apesar da pandemia. Assim, os óvulos podem ser coletados e congelados, visto que não acontece a infecção vertical.
- Não há motivos para atrasar tratamentos de reprodução assistida
Após aconselhar a interrupção em tratamentos de fertilidade no último ano, diante da falta de informações a respeito da doença até aquele momento, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) informa que essa ação já não é mais necessária.
De acordo com a análise de diferentes estudos em andamento, a entidade avalia que não há mais razão para atrasar as tentativas de gravidez ou tratamentos para reprodução assistida, desde que a clínica de reprodução siga os protocolos de higiene indicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de modo a evitar a propagação da doença.
- A covid-19 não causa impacto na fertilidade feminina
Em relação aos estudos analisados até o momento, nenhum demonstrou que o vírus da Covid-19 pode causar impacto na qualidade dos gametas femininos e, consequentemente, na fertilidade da mulher.
O que se sabe até então é que o Novo Coronavírus não pode ser identificado no sistema reprodutor da mulher, assim como na secreção, líquido amniótico e do peritônio. Dessa forma, não é possível afirmar que a doença seja prejudicial para a fertilidade.
- Vacina contra a Covid-19 não afeta a qualidade dos gametas
Há pouco tempo algumas informações surgiram alegando que as vacinas desenvolvidas para a Covid-19 apresentaram impacto na fertilidade, em especial a produzida pelo laboratório Pfizer.
Contudo, especialistas explicaram que essa teoria não a de especulações infundadas que foram espalhadas pelos meios de comunicação informais. Afinal, segundo estudiosos, não existem mecanismos biológicos em nenhuma das vacinas que sejam capazes de afetar a fertilidade.
A imunização é responsável por ativar o sistema imunológico para a produção de anticorpos que auxiliam no combate ao vírus, tornando o organismo capaz de reconhecê-lo caso entre em contato novamente com o corpo.
Sobre a Huntington Pró-Criar
A Huntington Pró-Criar atua há 23 anos como especialista em reprodução assistida em Belo Horizonte. A clínica, que desde 2018 ou a integrar o Grupo Huntington de Medicina Reprodutiva, tem como objetivo primordial aliar procedimentos técnicos a um atendimento de excelência, primando pelo acolhimento aos seus pacientes. Fundada em fevereiro de 1999 pelo Dr. João Pedro Junqueira Caetano, especialista em Reprodução Assistida pela AMB/FEBRASGO, a Huntington Pró-Criar é formada por uma equipe multidisciplinar de ginecologistas, urologista, embriologistas, psicólogos e enfermeiras com larga experiência em todas as áreas da reprodução humana.